O grupo escolheu o Mário Schenberg pela suas importantes contribuições em astrofísica, particularmente na teoria de processos nucleares na formação de estrelas supernovas*. E principalmente porque em 1940, trabalhando com George Gamow, batizou o conhecido processo Urca: o ciclo de reações nucleares no qual o núcleo perde energia por absorver um elétron e re-emitir uma partícula beta e um par neutrino-antineutrino, o que leva à perda de pressão interna e como consequência à ocorrência de um colapso e explosão na forma de uma supernova. A contribuição de Schenberg corresponde à proposição da presença dos recém descobertos neutrinos, que drenam parte considerável da energia da estrela.
Urca é o nome de um cassino no Rio de Janeiro, e fora utilizado para nomear o processo por George Gamow (1904-1968), pois Schenberg uma vez brincou dizendo a ele que "a energia desaparece no núcleo de uma supernova tão rápido quanto o dinheiro no jogo de roletas" durante uma visita ao cassino da Urca.
*Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas (estimativa) com mais de 10 massas solares, que produzem objetos extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis, passadas algumas semanas ou meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em 1 bilhão de vezes a partir de seu estado original, tornando a estrela tão brilhante quanto uma galáxia, mas, com o passar do tempo, sua temperatura e brilho diminuem até chegarem a um grau inferior aos primeiros.
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